Nos últimos 10 anos, o mercado de ensino superior em gastronomia aumentou 50 vezes para o número de interessados e 80 para a quantidade de vagas. O número de vestibulandos passou de 350, em 2001, para 21 mil, em 2010. A oferta de vagas nas instituições também cresceu de apenas 180 para quase 14 mil vagas na última década.
Mas será que os números acima refletem a realidade. A atual geração de jovens gosta mesmo de cozinhar?
O glamour de chefs de cozinha em séries, novelas, filmes e reality shows pode, em certos momentos, enganar os novos cozinheiros. Se você está pensando em ingressar no ramo da gastronomia saiba:
Os alunos saem da faculdade com noções básicas sobre cortes de carnes e legumes, preparo de molhos e decoração de pratos, por exemplo. Mas vão passar anos até adquirirem uma formação sólida. Antes de chegarem lá, terão de limpar muito fogão, descascar muita batata e lavar muita verdura. É uma rotina puxada e mal remunerada. Um cozinheiro começa ganhando, em média, R$ 1.000 por mês. Um ano depois, receberá em torno de R$ 1.800. “Isso se ele for talentoso e dedicado”, aponta o chef Mauro Maia para a revista Veja SP.
Quer um exemplo? O restaurante de cozinha contemporânea D.O.M. eleito o sétimo melhor restaurante do mundo pela revista britânica “Restaurant”, e objeto de desejo da maioria dos estudantes, não paga nada aos estagiários. Segundo Alex Atala, chef do restaurante, de cada 100 alunos que passam por sua cozinha todo ano, apenas dois permanecem ali. “A moçada ainda tem uma imagem distorcida da profissão. Esquece que, antes de se tornar um chef, é preciso aprender a ser um bom cozinheiro.”, afirma Atala.
Antigamente o ato de cozinhar era transmitido dos pais para os filhos. De hoje em dia isto já não aconteça mais. A nova geração quer que tudo seja mais prático e rápido, isto faz com que a maioria dos jovens não tenha paciência de permanecer por horas na cozinha.
Mas calma, nem está tudo perdido para esta geração.
É necessário um pouco mais de aplicação na cozinha e também gostar do que faz. Parece até um jargão simplório, mas nos dias atuais em que boa parte dos jovens estão insatisfeitos com os respectivos trabalhos, faz sentido.
Comece aprendendo com sua avó, mãe, pai, seja quem for, foi assim que a maioria dos grandes chefs começou. Tenho certeza que por este meio, você vai tornar-se o Ratatouille dos restaurantes e lares por ai.
O vídeo no começo do post é do filme Ratatouille. Para quem ainda não assistiu, vale a pena! A música é “Le Festin” (A Festa) interpretada por Camille.
Fonte: Veja SP Gazeta do Povo
Até a próxima!
é bom ler